quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Cirurgia em trófeu pode encerrar polêmica sueca

A Federação Sueca de Futebol (SvFF) anunciou para esta sexta-feira o fim de uma polêmica no futebol local: a taça de campeão nacional, chamada troféu Lennart Johansson, será aberta para descobrir se existe uma inscrição secreta em seu interior. A premiação foi criada como uma homenagem a Johansson, ex-presidente da Uefa, de 81 anos, que é fanático torcedor do AIK e ficou irritado ao saber da possibilidade de o troféu conter uma saudação ao Hammarby, rival do AIK na capital Estocolmo.
A taça da discórdia

A minha surpresa reside no fato de existir um clube chamado Hammarby, e ainda por cima contar com um torcedor tão fanático quanto desocupado...

A confusão teve início em novembro com a revelação de que o artista que construiu a taça em 2001, Ingemar Eklund, teria gravado a mensagem "Bajen Forever" ("Hammarby para sempre") dentro do troféu, como uma saudação ao seu clube de coração. Curiosamente, o Hammarby, apelidado Bajen, acabou campeão pela primeira e única vez na sua história naquele mesmo ano.
O desocupado que escreveu a homenagem
A abertura da taça será um verdadeiro procedimento cirúrgico e acontecerá numa clínica ortopédica de Estocolmo, a cargo do médico da seleção sueca, Magnus Forssblad. A SvFF já anunciou que, caso realmente exista, a mensagem será apagada e somente então o troféu será devolvido ao Malmö, atual campeão nacional.
Não é a primeira vez que a taça de campeão sueco vira motivo de polêmica. O Troféu Lennart Johansson foi criado para substituir a Taça Von Rosen após a denúncia de que o conde que dava nome ao prêmio, Clarence von Rosen, era um simpatizante do nazismo.
Presidente do Hammarby contesta a própria homenagem: "Querem homenagear algum sueco que preste? procure uma atriz pornô sueca, elas sim merecem os aplausos"
Suecos...nada mais a fazer... Já não bastasse nos ter legado como praga o grupo ABBA, Roy Andersson e o pela-saco do Bjorn Borg agora mais essa. Vão capinar sentado seus vagabundos! 
Tá...eles nos dera a Anita Ekberg, mas como eu não comi, não vale como presente sueco pra humanidade.
A idade pode ser implacável, até mesmo com Anita

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Hekari United no topo do mundo

Fim de ano. O Campeonato mundial de clubes da FIFA começa e vocês certamente estão prontos para acompanhar cada detalhe. Porém, sua cabeça de colonizado está sintonizada para sábado, quando sul americanos e europeus entram em campo. Mas acredite, o torneio começa antes. Começa hoje!

Mas o que um site sobre futebol de quinta categoria faz, cobrindo um torneio onde as maiores equipes do mundo se enfrentam. Você realmente acredita nisso? Então recomendo que ligue a sua TV hoje às 16:00 horas para ver o grande confronto entre Hekari United X Al Wahda pela abertura do mundial de clubes

Hekari de Papua Nova Guiné, ou melhor “Recursos de Petróleo Kutubu Hekari Unidos”, conta em seu elenco com jogadores do calibre de Pita Bolatoga e Kema Jack, ilustres desconhecidos em suas próprias residências. Com um 3-5-2 envolvente, seu técnico com nome de gangster Porto-riquenho “Tommy Mana” promete dar uma canseira na legião estrangeira que se tornou o time dos Emirados Arabes, Al Wahda.

Pita Bolatoga é nascido em Ilhas Fiji, outro país expoente do esporte bretão. Já o nativo Kema Jack é carcereiro, e nas pouquíssimas horas vagas se torna o matador do time. Graças a uma licença de 2 dias, Kema poderá desfilar toda a sua classe de de Garça bêbada no cio pelos campos de Abu Dhabi. A licença expira em 2 dias porque convenhamos, ninguém acredita que os "Reds" passe de fase. Mesmo que seu oponente seja o modestíssimo Al Wahda, e que este mesmo rival conte em seu elenco com o atacante Fernando Baiano!!!! Aquele mesmo, de amarga lembrança para os rubro negros.

Além de Fernando Baiano, os brasileiros Hugo(ex São Paulo) e Magrao(ex Palmeiras)também jogam pelo time da casa. O ultimo inclusive é capitão do time e acredita no fato de que jogar diante de sua torcida pode levar seu time a final do campeonato.

Portanto, motivos não faltam para você sair mais cedo do trabalho, comprar sua Schincariol quente e aquele biscoito pimentinha para assistir confortavelmente a esse jogo que lembra um episódio do Animal Planet, quando 30 abutres brigam pela carniça, aqui representada pela bola. 

FICHA TÉCNICA 
AL WAHDA X HEKARI UNITED

Local: Estádio Mohamed bin Zayed, Abu Dhabi (EAU) 
Data: 8 de dezembro de 2010, quarta-feira 
Horário: 14h (de Brasília) 
Árbitro: Daniel Bennett (África do Sul)

AL WAHDA: Ali Al Hosani; Salem Jasim, Oma Ali, Haider Ali e Hamdan Al Kamali; Magrão, Abdulrahim Jumaa, Ismail Matar e Hugo; Mohamed Al Shehhi e Fernando Baiano 
Técnico: Josef Hickersberger

HEKARI UNITED: Gure Gabina; Gideon Omokirio, Cyril Muta e Koriak Upaiga; Alick Maemae, Stanley Waita, Pita Bolatoga, David Muta e Henry Fa'arodo; Kema Jack e Tuimasi Manuca 
Técnico: Tommy Mana

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Quirguistão

Ao descobrir o Quirguistão você pensa... Porque eu não sabia que isso era um país, naquela época em que meu professor de geografia dizia conhecer todas as capitais do mundo?
Este país muçulmano esquecido por Alah, no meio de países em guerra eterna, com o povo mais miserável de toda a Asia, ainda tem como herança a cultura soviética. Consta que lá é o único país que ainda preserva uma estátua de Lenin intacta. E o mais interessante, é a única coisa de pé por lá. O que me faz cada dia mais crer na santidade dos comunistas 
Mas que língua eles falam? O que (não) comem? Qual a base de sua economia (se é que possuem uma) e principalmente a pergunta mais interessante de todas, existe futebol no Quirguistão?

Jogo contra a Índia num campo de várzea, ao fundo um verdadeiro estádio... de Críquete

Bem, vamos ser sucintos nos assuntos menores... Falam russo, alguns fingem falar Quirguiz e outros perderam a língua na ultima revolta popular há 5 minutos atrás. Sua culinária é rica em beterraba, o que faz dos quirguizes melhores “flautulentadores” do mundo, um titulo que ostentam com orgulho, e tentam dignificar sempre nos cumprimentos. Aqui 2 beijinhos é coisa de boiola(aqui e em qualquer lugar, diga-se de passagem). A saudação é o melhor gás que você puder soltar, um peidinho despretensioso mostra seu desprezo pelo outro. Pouco importa o barulho, mas que o cheiro seja de algo morto, é porque você considera alguém como um irmão. Nessas paragens peidar é tão sagrado que ninguém vai se apossar do seu feito, portanto se o seu silencioso for de asfixiar Chernobyl, adiante-se com orgulho e assuma o feito.

Povo comemora derrota para a Coréia do Norte por 1 x 4

Cerca de 43% da população vive abaixo da linha da pobreza. Em 2005, o país foi palco da Revolução das Tulipas que culminou na queda do presidente pós-soviético Askar Akayev, que estava no poder desde 1990 e era acusado de nepotismo, corrupção e de reprimir a oposição, substituído pelo presidente apoiado pelos Estados Unidos, Kurmanbek Bakiyev. Desde então, o país alimenta conflitos políticos esporádico

O atual “semi presidente” é um cara muito popular por aqui

Sobre o futebol, saiba que a FIFA reconhece sim o Quirguistão, e ate promove o campeonato local. Sua maior contribuição foi um detector de metais que deveria ficar na entrada do estádio Presidente...Presidente...enfim, o nome do Estádio muda com a queda do presidente, que ocorre a casa 6 meses. Como nos dias de jogos aquele apitaço da máquina de detectar metais era ensurdecedor, quebraram a maquina e venderam num ferro velho de Kiev, onde se paga mais por essas coisas.

Futebol é tão popular no Quirguistão que se pratica no meio da rua.

Sua estreia foi em 1992, contra o Cazaquistão (então pertencente à AFC). A partida terminou empatada em 1 a 1. A maior vitória dos quirguizes foi em 1997, contra Maldivas: 6 a 0 a favor das Águias, em jogo disputado na cidade de Teerã,capital do Irã. Mas ninguém revela o fato de que a seleção de Maldivas nunca conseguiu chegar ao jogo.

Encenação de dançando na chuva, versão local

O Quirguistão sofreu a sua maior derrota contra o Irã, também em 1997: 7 a 0 a favor dos iranianos, na cidade de Damasco, na Síria. Dessa vez, enfrentando uma equipe completa, os selvagens quirguizes foram presas fáceis para uma equipe amadora.
A equipe nunca disputou uma Copa do Mundo, nem uma edição da Copa da Ásia. Disputou apenas uma competição oficial: a ELF Cup de 2006, mas o time enviado pelos quirguizes era, na verdade, de futsal.(caso voce duvide dessa informação, busque no Google e achará na primeira pesquisa)

Povo indo as compras


Devido a onda de violência no país que ocorre desde sua fundação, o campeonato local é paralisado a cada 2 meses, para repor jogadores mortos em combate, alguns amputados insistem em não deixar os gramados, e mesmo assim jogam mais que o Lucio Flávio.

Natal comemorado no estilo Quirguiz

Este ano, uma série de revoltas resultou no evento conhecido como “abril sangrento” e todos os torneios foram cancelados por tempo indeterminado, o campeão quirguiz de 2010 só será decidido em 2011, isso se a população resolver dar uma trégua neste final de ano. O que é pouco provável, devido a disposição com que entraram na ultima discussão. Dezembro provavelmente cai o novo semipresidente, e eleições serão pedidas na maneira menos ordeira possível.


Visita do Papa

O Quirguistão não possui jogadores de destaque no futebol mundial: o mais conhecido é Mirlan Murzaev (com rápida passagem pelo Lokomotiv Moscou), maior artilheiro das Águias, com cinco gols marcados.
Outros atletas quirguizes reconhecidos são Emil KenzhesarievVyacheslav Amin (jogador com mais partidas disputadas pela seleção - 36 no total), Andrey Krasnov e Ruslan Sydykov. Você conhece algum? Pois é, nem o povo de lá. No esporte os quirguizes são famosos em uma modalidade, onde ganharam medalha de prata na última olimpíadas, Luta Livre. Porque será que não me surpreende?

Passeata Sou da Paz no Quirguistão

"se for passar férias em algum lugar, evite os que terminam em stão."
Johnnie Four Fingers, meu agente de viagens

sábado, 4 de dezembro de 2010

Nação do Mês de Novembro-BRUNEI

Sultão Bruneíno de nome impronunciável, sabe bem quais as obras que o povo necessita. 


Parabéns a Seleção de Brunei pela maravilhosa queda de 11 posições no ranking da FIFA!
Pegou o elevador da tabela e foi bem fundo, lá no pré sal. Para conseguir tal feito os bruneínos perderam de... ninguém. Mas se meteram nas maiores enrascadas(pausa)

Ps. O editor chefe desse site acabou de ser demitido e voltou para Globo onde seguirá com seu trabalho de vinheta da sessão da Tarde.

Voltemos ao assunto, Brunei foi ameaçado por Joseph Batler de ser expulso da FIFA após ingerência governamental em sua seleção, algo passível de pena de morte nos polídos corredores suíços da Fifa, aquele belo salão onde reluz o ouro roubado dos judeus na segunda guerra, que roubaram dos latinos no período colonial e...chega, vocês já entenderam a hipocrisia.

Tal confusão foi relatada aqui ainda em março, só que nosso banco de dados foi apagado junto com os documentos da wikileaks na Amazon. É, estamos incomodando cada vez mais. Tem muita gente querendo nos calar... Como por exemplo, nossos leitores
"Vai ter que fazer melhor, Velhinho..."

O problema é que em Brunei, ninguém viu o banimento como ameaça, alguns garantiram que era um favor.
Enfim, siga em frente esquadra Bruneina, nessa luta inglória de se tornar a pior nação do mundo no futebol, e mostre a todos que para um país ser reconhecido no mundo, não precisa de um futebol forte(nem agua potável, nem hospitais, nem papel higiênico...
Mentira.Sou nada...

Rivais: Malásia(e agora o Batler)
Atletas. 2500 registrados
Estádio: Sultão Hassal Bolkiah Stadium

Comente abaixo, se você também achou essa reportagem um insultão... estou cada dia pior!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O clássico de menor rivalidade no Mundo

"Entre a verdade factual e o mito, publica-se a mais interessante"
John Ford, em o Homem que matou o Facínora



Continuamos nossa pesquisa pelo remoto e esquecido território uruguaio... Enquanto eu não for embora dessas pradarias, onde me servem cortes de carne com mais sangue que nos filmes de Tarantino, seguirei com minhas inserções futebolísticas platinas, e dane-se a audiência, e credibilidade(hein?)do blog.

Aqui em Colônia de Sacramento, há um clássico interessantíssimo, um clássico tão antigo, mas tão antigo que nem a nova geração sabe que se trata de um Derby. Esse jogo que já dividiu a cidade; se é que isso é possível, já que Colônia Del Sacramento é menor que o menor vilarejo de Alagoas... Bem, se já dividiram um átomo, podem dividir Colônia e... Chega, divaguei demais e fugi do tema. Voltando ao assunto, esse clássico que já dividiu a indivisível Colônia hoje não passa de uma lembrança na parede dos velhos casebres de xisto da aprazível cidade.
 Rua principal na hora do engarrafamento

Colônia Del Sacramento foi um vilarejo que Portugal cedeu a Espanha em troca da soberania dos 7 povos das Missões em 1750, logo o acordo foi rasgado e Colônia voltou para domínio espanhol. Se você conhece a história dos missioneiros sorte sua, porque não irei me aprofundar nisso, o que interessa saber é: Em 1817 voltou a fazer parte do Brasil, até 1828 quando se deu a independência da Republica Oriental do Uruguai.

A verdade é que se não fosse o ponto mais próximo de Buenos Aires, nem os uruguaios saberiam informar onde fica colônia. A cidade de parco entretenimento, possui uma “Plaza del Toros” que nunca viu um touro, muitos dizem que ela foi erguida só pra contar mentira aos turistas, dizendo que na mesma época do Coliseu Romano, aqui se organizava festas grandiosas que atraiam muito mais público. Enfim, a Primeira Divisão era nestas paragens, a Segundona na Italia, os ofensivos leões ansiavam por jogar (devorar cristãos) em Colônia, enquanto as “jubas de pau” desfilavam sua mediocridade em Roma, bem vocês entenderam...

O Maracanã dos Coliseus

O Clássico.
Nos idos de 1958, os jogadores do Mar Del Fondo, equipe do nobre bairro de Palermo de Montevideo foram jogar a classificação para a primeira divisão contra a equipe local do Club Plaza Colônia. No acanhado estádio Prof. Alberto Suppici com capacidade para 4 mil espectadores era esperado uma grande festa pata-blanquista(referencia ao uniforme branco do Colônia), isso se os torcedores da equipe montevideana não estivessem organizado uma autentica invasão alvinegra à cidade histórica.


Pelo regulamento da AUF, um clube só pode ser considerado profissional se já levou gol do Loco Abreu

Quando as roletas abriram, descobriu-se o que a bilheteria escondia, não havia ingresso para os torcedores locais, e Plaza Colônia jogou no seu próprio estádio sem sua “hinchada”. Na saída, toda a cidade esperava os maus e espaçosos visitantes para o acerto de contas, e o confronto foi inevitável. Promessas de revanche entre outras bravatas foram urradas à plenos pulmões, mas nunca configuradas, afinal, o povo de Colônia de Sacramento não sai de casa nem pra ganhar carne de graça, quanto mais se deslocar até a capital para uma revanche babaca. A rivalidade durou apenas um dia, e os dois lados resolveram esquecer a vergonha. Os montevideanos, apesar de classificados, tomaram uma sova e saíram linchados do local, os citadinos Plazistas queriam esquecer a derrota e o vexame de serem engolidos no próprio recinto.
Atualidade: Torcedor presente no dia do Quiprocó nos relatou o fato com riqueza de detalhes, enquanto seu filho roubava a caminhonete

Clube Atlético Mar Del Fondo fundado em 25/08/1934, conta, ao contrário do vizinho Peñarol, com nenhum título em sua extensa história, e seus torcedores alegam que só não foram campeões, porque um meteoro caiu no Estádio de Palermo na grande final da segunda divisão de 1958, quando a equipe já classificada para a Liga Principal (após a Guerra de Colônia) voltavam para o segundo tempo. O sinistro “D'além estrelar” matou dezenas de torcedores e paralisou o esporte do clube por anos. Óbvio que contam com o álibi da ausência de provas pois ninguém cobriu o jogo. Só podiam mentir melhor, dezenas de torcedores, num jogo do Mar Del Fondo é exagero.
Atual equipe do Plaza Colonia tenta manter acesa a chama da rivalidade que nunca ouve


Os rivais de Plaza Del Colônia não se fazem de rogado e garantem que as festas de final de ano em seu clube, se faz um bife de Chorizo muito melhor do que na sede do rival. Alegam também que o craque Obdulio Varela jogou uma partida envergando a camisa “verde-alva”. Ancoram-se no fato de que o único jornalista disposto a cobrir o fato estava de cama.
E é apenas isso que interessa, não esperem fotos do clássico, porque eu não seria louco de perder meu tempo indo ao jogo, aliás, ao encontrar com “Manco” Gonzalez, centroavante Colonista, no café na hora do clássico, me fez crer que nem os jogadores perderam tempo com essa pelada.

Traços culturais brasileiros ainda são mantidos em Colônia, como nessa greve tipicamente tupiniquim

Mas amanha no “Colônia News” o jornalista Dom Juan Petrucio de La Anunciacion, estampará com letras garrafais: “Mais um clássico emocionante sacode Colonia”. E pouco importa se Dom Juanito também estava neste mesmo café na hora do jogo, e seu Chefe Editorial que o mandou ao derby também, e todos os leitores do credibilíssimo periódico. Aqui em Colônia, mais que a verdade dos fatos o que vale é a uma historia bem escrita. E todos felizes fingem acreditar.

Registro fotográficos históricos e atuais
Casa de xisto, típica de Colônia, herança portuguesa


Fotos da invasão Mar-Fondista


Torcedores da capital no acanhado estádio Alberto Suppici(Arrá Uhú o Albertao é nosso!)

Chegada dos vitoriosos e maltratados torcedores do Mar del Fondo na Capital

Café da Cidade: Ponto de encontro obrigatório(por ser o único)

Estádio com ampla visao do lado de fora suscita uma dúvida: "Pagar ingresso pra que?"

domingo, 21 de novembro de 2010

O futebol não é um caso de vida ou morte. É mais do que isso

5 de março de 1918, já é noite em Montevideo, quase toda a cidade dorme, menos um irrequieto zagueiro. Bom, a esta altura de sua carreira, chama-lo de zagueiro só é possível pelo seu brilhante passado de 20 títulos pelo Nacional e uma Copa América pela Celeste Olimpica, não tanto pelo seu futebol. Este defensor hoje puxa o ar, que teima em não vir a cada arrancada adversária, não consegue sequer igualar a sombra daquele brilhante capitão que deu a vida pelo Nacional, e sua ultima partida ontem, onde se arrastou e foi xingado pela torcida que tanto o amou ainda perturba, motivo da insônia.

Seu nome é Abdon Porte, conhecido como “o índio”. Sua escalação foi um pedido pessoal, sincero e sentido, que nem o mais racional dos dirigentes poderia nega-lo. Mas Abdon conta com 38 anos, e a torcida não quer saber disso...  as pernas não acompanham o raciocínio, e o tempo parece infinito. Num passado não muito recente, foi o maior ídolo do clube, porém na memória do torcedor só há espaço para o ultimo desarme mal feito, sua tentativa espúria de correr atrás de jovens atacantes, sua patética tentativa de manter-se em pé.

Não era a despedida que Porte merecia. Ele dera o sangue e a maior parte de sua vida ao clube que agora o entregava a carta de demissão. Não deu tempo de ir ao vestiário tomar sua ultima chuveirada, o jogador foi avisado que seu ciclo havia terminado alí, após 8 anos de dedicação insana aos gramados, numa época onde o esporte era amador e o salário risível. O Nacional venceu a equipe de Charley por 3 x 1, mas ecoa na cabeça de Abdon as vaias que foram como punhaladas em seu coração. Nem os afagos de sua noiva, com casamento marcado para 2 meses o acalmava.

Abdon Porte permanece no clube até 1 da manha, para aflição dos familiares, sempre relegados a segundo plano. Todos os outros atletas já estavam em suas casas. Ele se despede do porteiro, desce as escadas da arquibancada e entra no seu campo pela última vez, toca o gramado com suavidade, respeito e devoção, retira do bolso direito 2 cartas no breu do meio campo. Do bolso esquerdo saca a arma com que finda sua vida com um tiro no coração.
Ali, no meio do campo que o consagrou, Abdon desiste da vida, se a vida era o próprio clube que agora não mais o quer, nem pode mais tê-lo. Nas cartas, nenhum rancor e uma serenidade que destoa da cena que agora se vê. Preferiu a morte à decadência.

“Querido Doutor. Peço-lhe que olhem por minha velha e minha noiva, como eu me dediquei a vocês. Adeus querido amigo, que esteja sempre à frente de nosso Nacional, agora e sempre Gigante! Obrigado, Nacional! Não esquecerei um instante, o muito que te amei” Carta endereçada ao presidente do clube.

O fato acima citado inspirou o escritor Eduardo Galeano a escrever Muerte em la Cancha, e o não menos notável, Horácio Quiroga em seu conto “Juan Polti”. Hoje no Parque Central, estádio do Nacional de Montevideo, há uma eterna lembrança daquele que mais amou o clube. A principal arquibancada chama-se Tribuna Abdon Porte, onde uma bandeira sempre é avistada para lembrar aos jogadores atuais de que é preciso dar algo mais pelo clube. Uma cobrança que a historia lega silenciosamente aos que ficam.

E eu penso, porque raios o Lucio Flavio não faz o mesmo? Se for preciso, até cedo o revolver

quinta-feira, 19 de março de 2009

Não quero saber por onde anda...

"Se eu fosse Americano minha vida não seria assim...Manoel!"

Sessão Nostalgia. A inaugurar esta coluna semanal nada regular sobre jogadores que não deixaram nenhuma saudade, lembraremos de um goleiro lusitano mais conhecido por sua aparencia do que pelo seu feito. Alguem que o mundo do esporte, prefere esquecer..e se não fosse por sua familia, um punhado de amigos e os cobradores, este cidadão ja estaria no completo anonimato.

Ed Motta? Algum exótico tocador de bongô num quinteto de jazz? Não, trata-se do estiloso guarda-metas Cabral, dos Belenenses, clube lisboeta de menor expressão que os "primos ricos" Benfica e Sporting. Agremiação do rico Bairro do Restelo, de imponente estádio onde do alto se vê o Rio Tejo, esse clube só possui uma escassa glória, repetida a exaustão pelos seus torcedores, o campeonato de 1946.
Claro que Cabral não era o goleiro daquele time senão a historia seria completamente diferente.

O nobre Cabral em questão não possui nada de edificante pra ser dito sobre sua misteriosa vida...não é navegador como seu homonimo Pedro Alvares, e no maximo descobriu o caminho mais facil de levar os já sofridos torcedores do restelo a loucura com seus frangos fenomenais.

Lógico que Cabral não conseguiu nenhum titulo, pelo menos nenhum de que se possa orgulhar. Goleiro mais vazado por 3 anos consecutivos estava mais preocupado em cultivar seu belo par de costeletas do que em treinar.
Seu sumiço ainda é um mistério
No livro " A gradiosa história dos Belensenses" de 2 paginas(não cheias), Cabral não passa de um asterisco de nota no rodapé, uma figura que o clube faz questão de jogar no ostracismo, não dizendo inclusive os anos em que esteve a frente do arco alvi-anil.
Bom, se for pra recuperar sua historia, que falemos bem. Relatos de amigos,de veracidade ainda não comprovada, afirmam que Cabral era um excelente jogador de blackjack,e a ultima vez que foi visto estava com todo o seu salário no bolso(algo em torno de 10 escudos) entrando num cassino em estoril. Saiu de lá 20 minutos depois ao lado de 3 brutamontes, e com olhar de pânico(devia ser seus sócios), desde então nunca mais foi visto. Ao saber que seria alvo de uma pesquisa séria deste site, sua mulher pediu notícias sobre o paradeiro de Cabral que deixou pra trás além dela, 3 filhos e uma escrivaninha cheia de dívidas. Quem o encontrar, favor entrar em contato com esse blog. Ele deve estar um pouco diferente da foto. Uns 20 anos mais velho e provavelmente sem as pernas.
Setor de cobrança de Cassino é fogo...sei bem como é.
Mantendo a fama de clube dos goleiros fantásticos, Os Belenenses tem atualmente no seu plantel o jovem Julio Cesar, ex Botafogo. Julio que na sua melhor fase era chamado também de Julio "Chester", pela categoria dos galináceos que costuma tomar...
Foi expulso do Glorioso e ainda processou os torcedores, na verdade o clube, por abalos psicologicos devido as vaias oriundas da arquibancada. Eu também gostaria de te processar, Chester...e pelo mesmo motivo!